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Cotidiano passado

Autor: Jose Airton Oliveira.

Haviam tempos, há muito tempo, que se poderia ser feliz. A vida parecia mais simples, a ganância permitia então a partilha entre os dos mesmos. Uma época em que os humanos eram mais solidários, que as cidades, mesmo as maiores, permitia-se sentar nas calçadas, nos fins de tarde, para acompanhar pores do sol. Ousava-se ainda abrir janelas para ventilar as noites quentes doe verões locais. Deus permitiu-me vivenciar esse tempo, quando uns tinham tempos para outros. Ainda se falava em confraternização, juntava-se para aniversários, sem adversários que se fizessem mal, porque até a rivalidade era diversão. Quantos planejamento se faziam para encontros, juntando gente de todas as idades, porém da mesmo ascendência, descendência, até amigos adorados, que se faziam próximos. Sempre me fazia bem os contos de assombração, então juntei amor por sacis, caiporas, curupiras, até a cuca que sempre provocava medo nos menores. Ah, foi se a felicidade, brincadeiras inocentes, o apaixonar pelos primas, olhos cumpridos numa prima bonita, numa paixão inocente. Ali todo mundo era gente, sentimento decente, tudo muito coerente com a felicidade. Quando se juntava era assim, festa da melhora qualidade, independente de idade que cada um junta nos tempos de cada vida. Essas histórias, são contos de memória que só agora faço escrever, quando alguns poderão ler, outros sentirão lá do céu, porque sabem dos sentimentos sem ao menos ter que ler. Guardei saudades daquele passado, essa tempo deixado de lado, que às refaço lembrado e sinto a felicidade revolvendo meu coração. Quando conto dessa época, não me oprimo, lembro da presença de um ou outro primo, todos, também dos meus tios, amigos que se foram, agora moram no céu. Peguei gosto pela escrita, porque cada linha rabiscada, põe minha lembrança a vista, recordação bem quista, quando de um pretérito maravilhoso, quando viver era gostoso, tudo sem pecado, recado dado, maravilhoso era existir. O que me resta é essa saudadear, o tempo não pode voltar, devolver esse meu passado, que eu agradeço ter vivido, ter sido agraciado, presente de Yeshuá. Não peço a Deus a volta, porém o que me revolta é o que a sociedade criou, tanta intolerância, dor. Hoje se prende o humano, que às vezes vive no engano, da maldade sem plano, que se faz vigorar. Sinto que sempre tenho que deixar o agradecimento, por esse momento, o passado que não mais irá voltar. Quando se tinha abraço, carinho sem cobrança, confiança, a certeza, ninguém vivia com avareza, nem tudo era segredo, teu não tinha esse medo, que tira a paz, essa paz que alimentava me ego, a existência, que com eficiência, me fazia ser contente, gente. Quero de novo festas, amor pela liberdade, chega de pandemia, dê-me a poesia, para eu poder viver. Não quero me tire a lembrança, do meu tempo de criança, minha esperança, certeza de ter existido. Eu quero, é permitido, sinto toda a saudade gostosa, da vida que foi maravilhosa, para quem viveu esse tempo, anos que a vida ostentou o melhor do rock and roll, reggae de verdade, onde se fazia a poesia, num swing de magia, de paz, que amar é bom, não se fugia do tom. Era bom viver assim, esse sim.

Imagem meramente ilustrativa