Uberlândia

Entidade ambiental faz estudos na Bacia do rio Uberabinha

Especialistas de diversas áreas trabalham na pesquisa que pretende apontar ações para impedir o colapso das nascentes que abastecem Uberlândia

De 2013 para cá, é o segundo maior estudo realizado pela Angá – Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro – na Bacia do Uberabinha. “Dada a relevância do rio para as populações humanas e para as espécies da fauna e da flora, muitas delas ameaçadas de extinção, sabíamos que precisávamos aprofundar nossas pesquisas e propor iniciativas para a conservação de suas águas e rica biodiversidade altamente ameaçada”, explica o presidente da ONG, o biólogo Gustavo Malacco.

Enquanto o primeiro diagnóstico, financiado com recursos da Secretaria de Desenvolvimento do estado de Minas Gerais, estudou o uso do solo na bacia e promoveu o levantamento das aves, peixes e plantas, a pesquisa em curso, aprovada pelo Fhidro, fundo estadual de proteção às bacias hidrográficas, propõe o monitoramento da qualidade de água por meio da fauna aquática, o estabelecimento de diretrizes de ordenamento do solo e a avaliação da qualidade ambiental das formações naturais na Bacia.

Estas ações, segundo o coordenador geral do projeto, o zootecnista Geraldo Alves, são fundamentais para que seja feito o uso planejado dos recursos da bacia pelos seus diversos usuários. “A ocupação desordenada desta área que atende com água não só uma população de quase uma milhão de habitantes mas também um conjunto complexo de atividades econômicas tem sido alertada nos últimos anos pelos pesquisadores, mas até o praticamente nada foi feito”, adverte Alves.

Restando apenas 22,5% de vegetação nativa na bacia, após sua rápida incorporação à economia de exportação, na década de 70, nem mesmo as áreas dos campos hidromórficos, nos quais se localizam as principais nascentes do rio Uberabinha, têm sido preservadas. “Infelizmente, nada costuma ser feito, no país, até que aconteçam situações que geralmente são irreversíveis”, assina o biólogo Gustavo Malacco.

Além de propor iniciativas para a preservação das cabeceiras do rio Uberabinha, o projeto prevê a delimitação de corredores ecológicos, a fim de conectar os mosaicos de vegetação que abrigam espécies ameaçadas do Cerrado e da Mata Atlântica na região. “A sobrevivência dessas espécies é extremamente importante, inclusive para e economia, pois muitas delas prestam serviços ecossistêmicos, como a polinização e controle de doenças na agricultura”, destacou Malacco.

No próximo dia 30 de abril, um grupo composto por biólogos, botânicos, diretor de imagem e fotógrafo se reunirá em trechos da bacia do Ribeirão Bom Jardim para produzir um documentário do projeto. O objetivo é levantar informações das formações vegetacionais da bacia do Rio Uberabinha com programa de restauração ambiental.

Serviço:

Dia de campo

Data: 30 de abril

Hora: a partir das 7h30

Local: Ribeirão Bom Jardim

Fonte: Serifa Comunicação