Segurança pública

Reprodução de cães que atuam no sistema prisional garante melhoramento genético e economia para o Estado

Siga o canal de notícias @alouberlandia no Instagram

Animais são parceiros exemplares dos policiais penais no trabalho de segurança nas unidades prisionais; eles atuam desde a busca por drogas à contenção e captura

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), por meio do canil central do Grupo de Operações com Cães (GOC), está trabalhando no melhoramento genético dos filhotes que nascem da cruza de pais já atuantes como cães policiais. A ideia é que conhecendo a linhagem dos progenitores, a atuação dessas crias será possivelmente sempre de qualidade, respondendo com eficiência aos treinamentos.

Para que esse melhoramento aconteça é realizada a filtragem das matrizes (mães) e padreadores (pais) com características genéticas favoráveis às atividades realizadas pelos cães em atuação no GOC. Na rotina das unidades prisionais do estado, esses animais auxiliam o trabalho dos policiais penais e são os parceiros ideais na busca por materiais ilícitos, na contenção de agitações e capturas em eventuais tentativas de fuga.

O coordenador do canil central do Depen MG, Ivo Martins, explica que o melhoramento genético, além de gerar bons cães para atuação no trabalho de segurança das unidades prisionais, resulta em economia para o Estado. “Eu acredito que o ganho mais importante com tudo isso é a economia de tempo e dinheiro. Quando não temos conhecimento da linhagem dos filhotes, nós investimos mais tempo no treinamento dos animais. São destinados recursos com vacinas, alimentação e remédios e, nem sempre, temos o retorno esperado para o tipo de trabalho que será desempenhado. Com o cruzamento dos nossos próprios cachorros, a chance de os filhotes não serem excelentes na execução das atividades é mínima”.

O trabalho de melhoramento genético foi iniciado há cerca de quatro meses e já conta com as primeiras ninhadas: três no canil central, em Belo Horizonte, e uma em Juiz de Fora. “Aqui em Belo Horizonte temos filhotes de pastor alemão, pastor belga malinois e rottwailer. Todos são crias do cruzamento entre os nossos melhores cães. Já em Juiz de Fora, estamos aguardando o nascimento dos filhotes da Ziggue, uma pastor holandês muito eficiente”, detalhou Ivo.

Todos os filhotes serão treinados para atuação em unidades prisionais e também serão doados para outras forças de segurança parceiras. A primeira doação foi realizada para a Força Aérea Brasileira (FAB), cuja base fica em Lagoa Santa. Os oficiais estiveram presentes no canil central nesta segunda-feira (7/6) e, além de ganharem uma filhote de pastor belga molinois, participaram de uma demonstração de treinamento com os cães do GOC.

Rotina

A maioria dos cães que trabalha no sistema prisional de Minas começa os treinamentos ainda filhote, com mais ou menos dois meses de idade. No início, eles aprendem obediência de comandos básicos e socialização com os policiais penais. Conforme vão crescendo, recebem treinamentos específicos para as funções que vão desempenhar.

Para o trabalho de faro são usados os pastores alemães e belgas malinois, por serem raças consideradas sociáveis, com a força e a resistência adequadas às atividades. Já os rottweilers são usados no combate à subversão da ordem, revistas e tentativas de fuga – considerando o chamado efeito psicológico, imposto pelo porte físico e força característicos da raça.

Atualmente, cerca de 300 cães atuam em mais de 50 canis do GOC no estado. A maioria deles são doadores regulares de sangue para hospitais veterinários. Além dos cães, os policiais penais que lidam diretamente com esses cachorros também passam por treinamentos elaborados pelo grupamento. Eles aprendem a treinar e atuar com os cães, e também são orientados a usar os cachorros somente em casos previstos nos regulamentos, em observância aos direitos humanos e ao uso diferenciado da força.

Fonte: Sejusp – Assessoria de Comunicação