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DEUS E A MÃE

Após criar o mundo, encantando com seu feito, Deus decidiu dar vida ao planeta terra; comprovadamente o único habitado até hoje. Então fascinado com a beleza de tudo que construíra, optou por habitá-lo, fez o homem e na minha concepção também os animais, todos machos. Com certeza o primeiro conflito foi justamente pela existência de seres de um único gênero, então Ele, com todo o seu poder, complacência, sapiência e benevolência decidiu criar uma companheira para cada um dos masculinos que ali viviam no paraíso. Logicamente os machos serviram de protótipos para que Ele aperfeiçoasse essa sua nova obra, então fez a fêmea. Conforme ditos da Bíblia, Deus criou o homem(macho) e tirou dele uma costela para fazer a mulher(fêmea), com certeza fez isso para todos os outros seres, na criação de suas parceiras. Então foi assim, de costela em costela ele populou o planeta. O mais belo de toda essa história, é saber com que cuidado Ele fez essa fêmea, priorizou, deu a ela um poder acima do esperado, maior que o Dele próprio, capacitou-a com o poder da gestação, o de gerar um outro ser, o filho, sem usar partes do semelhante, as costelas. Deus deu um ventre a ela e o nome de mãe, sua verdadeira obra de arte, com a capacidade de procriar. Concedeu-lhe um ventre, o organismo capacitado para transformar o próprio sangue em alimento, fez-se o leite, a força para suportar a dor, defender a cria, a sabedoria para ensinar o filho crescer. Assim foi feito para todas as espécies, inclusive para os humanos. Então temos a mãe, essa figura sagrada, a quem Deus confiou o próprio filho unigênito. A ela a força dos céus, ao seu redor uma legião de anjos, que as acompanham para aprenderem no dia a dia o que é o amor, como proteger, cuidar. Qual outro ser poderia estar capacitada para isso. Avaliando assim, tenho a impressão que os anjos nem estão aprendendo, mas as próprias almas das mães que partiram desencarnadas e nunca deixaram sua missão de cuidadoras. Assim penso eu. Logicamente, definir uma data, um dia para comemorar a progenitora da vida é uma questão meramente comercial, idealismo do mercado capitalista que virou tradição, mas não há como se abster de uma comemoração, há uma comoção total nesse dia. Então vamos para festa, nos entregar a essa comemoração tão merecida. Consequentemente sempre será pouca a poesia, o respeito, o seu direito de ter direito, pois a importância dessa figura é incalculável, por isso ela nunca se perde, mãe não morre, vão para o céu, lá das suas alturas, estão protegendo, cuidando, amamentando com luz, seu fruto que aqui ficou. Por mais que eu cate vocábulos, motivação, intenção, me faltarão adjetivos para caracterizar a figura da mulher, essa que assumiu o papel de fazer da vida a sua vida, gerar dentro de si outro ser, amamentar, amar, cuidar, defender. Hoje, na minha certeza, acredito que mãe também é Deus.

De: José Airton de Oliveira