As vezes, quando escrevo sobre pessoas, não arrisco frases vazias, porque falar de gente não é fácil. Na minha opinião o ser humano vale pela alma que tem, sua carenagem nem sempre atende os pré-requisitos pra ser chamado de pessoa. Eu leio a essência, tanto que às vezes nunca tive contato físico. Muito do que faço, atendo um pedido, pois para se falar de alguém considero que tenha que ser convidado e se ter uma permissão. Gosto de descobrir dentro de cada seus anjos e são eles que falam comigo, o problema é que muitas vezes, dentro de alguns, esses anjos são levianos e aos poucos eles vão se transformando, pois são mutáveis, acabam nos surpreendendo negativamente. Nunca aprendi a ler partes dos corpo, então não faço leitura das mãos, mas aprendi a ler almas, de repente leio nelas o que existe de bom, mas também o que existe de mau. Quando não gosto dessa leitura, acabado fechando a página, não faço mais interpretação. Nós, chamados homens, somos muito pequenos em nossas avaliações do amor, muita vezes deixamos de lado vidas, porque devemos manter um padrão social que limita nossos sentimentos e nos tolhimos da verdade. Logicamente já fui questionado por escrever pessoas, já inibi, porque o ser que protagonizou meu texto preferia o ocultismo, em nome de bons costumes sociais. Sou de palavras escritas, sou de ler gente, que seja gente ou não, porque sei ler o bem e o mal. Tenho feito isso, enxergado o interior sem ver, não me interessando o exterior, sou caçador de seres iluminados que habitam corações, viajam em inspirações e transformam sonhos. Sou fascinado por espécies que moram dentro de poemas, nas histórias verdadeiramente inventadas, porque somos, os sanos, seres que inventam a vida. Gosto daqueles que nascem do amor, que na dúvida, acreditam em si próprios, que não precisam mentir sobre o que é amar de verdade. Eu me descobri leitor de almas, da essência. Sou fazedor de textos que conta a verdade. Se quiseres, vou ler você, sem nunca ter visto, porque alma não se vê, é revelada, é um jeito próprio de ser.
José Airton de Oliveira