Desenvolvimento dos imunizantes busca segurança e eficácia.
Mais de duzentos anos após a sua invenção, as vacinas continuam sendo a forma mais eficaz de prevenção contra doenças transmissíveis graves, como meningite, poliomielite, febre amarela, rubéola e sarampo. Cerca de 3 milhões de vidas são salvas todos os anos pela aplicação de imunizantes em todo o planeta, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A comunidade científica promoveu avanços significativos no desenvolvimento de vacinas no decorrer dos anos. Doenças passaram a ser combatidas por anos com apenas uma dose (ou um reforço a mais) de imunizante. O Brasil, que já foi exemplo neste campo, vive uma fase preocupante de redução na cobertura vacinal, o que aumenta o risco do retorno de casos de poliomielite e recrudescimento de outras doenças, como o sarampo, por exemplo.
“Quando as pessoas de uma comunidade são vacinadas, diminui a incidência de determinadas doenças até que um percentual e toda uma população esteja protegida e a doença entre em controle efetivo. Em relação à covid19, muitas hospitalizações e mortes estão sendo evitadas pela imunização”, destaca a infectologista e gerente médica do Sabin Vacinas, Ana Rosa dos Santos.
Dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) mostram queda nos indicadores dos últimos três anos, com o país saindo de uma cobertura média de 73,44%, em 2019, para 66,93% em 2020, e 59,22% em 2021. Uma realidade que se reflete em quase todos os estados brasileiros.
Hesitação vacinal
A baixa adesão está atrelada a outro problema grave: a desinformação. No entanto, o processo de desenvolvimento de um imunizante é cercado de responsabilidade e cuidado. A ciência avança, aprimorando novas tecnologias. No caso das vacinas, cada fase do estudo clínico contribui para garantir que o imunizante não cause ou tenha o mínimo de efeito colateral, além de garantir eficácia e efetividade, afirma a médica.
“Quando o imunizante chega aos postos de vacinação, o produto é considerado seguro, visto que passa por controle de qualidade para cumprir o seu principal objetivo de prevenção e proteção da saúde da população. Todo o processo de produção das vacinas, bem como as diferentes fases do seu desenvolvimento, garante a segurança para que a vacina confira a proteção a que se propõe,” destaca a infectologista.
O próprio sucesso das estratégias de vacinação, com a eliminação ou redução de doenças, não dispensa a necessidade de continuar a vigilância ou monitoramento. Enquanto, esses microrganismos não foram erradicados, eliminados ou controlados, ainda existe risco de voltarem a acometer pessoas na região ou no país. “Por não haver grande número de registros de doenças que no passado assustavam, algumas pessoas acreditam não ser mais necessária a vacinação. Isso é um equívoco. A vacinação faz parte da qualidade de vida e da saúde dos indivíduos. No momento em que se observa a queda da cobertura vacinal, aumentam as chances do retorno de doenças das quais o país já estava livre”, pontua Ana Rosa.
A infectologista ressalta ainda a importância de se manter o cartão de vacinas sempre atualizado – em todas as etapas da vida. “Ele é um documento extremamente importante, pois registra as doses que a pessoa tomou e as doses subsequentes que ainda devem ser aplicadas para completar o esquema de cada vacina, especialmente se o imunizante requer mais de uma dose. O cartão deve estar à mão quando a pessoa vai ao posto de vacinação. O registro de retorno é agendado, com a indicação, por exemplo, da data do reforço, para que seja possível acompanhar e garantir a imunização de forma correta”, destaca a gerente.
Fonte: Profissionais do Texto