O jovem poderia perder os movimentos a qualquer momento caso sofresse uma queda
Aos 17 anos de idade, o mineiro Fernando Soares Guimarães, passava por um exame de rotina, quando foi diagnosticado com Síndrome de Arnold-Chiari ipo 1 em dezembro do ano passado. Ele tinha como único sintoma, uma fisgada na nuca ao espirrar, que durava cerca de um minuto. O sintoma parecia inofensivo, mas o jovem precisou passar rapidamente por uma cirurgia porque poderia perder os movimentos do corpo a qualquer momento.
A mãe de Fernando, Michele Soares, que mora com o filho em Ituiutaba, no triângulo mineiro, relata que a partir daquela consulta, tudo mudou. Michele iniciou uma busca por informações sobre a síndrome para entender o que podiam fazer para tratar o filho. Na internet, por meio de um artigo sobre o assunto, a mãe encontrou o que procurava. “Encontrei um artigo atualizado no Brasil sobre uma apresentação em um encontro internacional em Milão com o protocolo mais atual do tratamento cirúrgico para Chiari tipo 1”.
Ao entrar em contato com o médico responsável pelo estudo, o doutor neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu, uma consulta foi marcada. Foi nesta consulta que Fernando descobriu ter desenvolvido siringomielia, uma infiltração na medula espinhal. Com isso, qualquer queda poderia fazer com que ele perdesse os movimentos do corpo.
“A Malformação ou Deformidadade de Chiari tipo 1, antigamento chamada de Síndrome de Arnold-Chiari quase sempre é uma condição congênita. Os sintomas podem aparecer na infância, adolescência ou na fase adulta. Neste caso, o tecido cerebral (tonsilas cerebelares) estende-se até o canal vertebral da coluna cervical. O paciente pode sofrer dores na nuca, dificuldades de equilíbrio, perda de coordenação e apnéia do sono. O que aconteceu com o Fernando é que a Malformação de Chiari tipo 1 levou ao desenvolvimento da siringomielia, uma condição rara caracterizada por uma cavidade com coleção líquida no interior da medula espinhal. Ela pode se expandir e causar sequelas irreversíveis”, explicou Canheu.
Fernando passou por uma cirurgia para tratar a siringomielia que o livrou do risco de perder os movimentos, no Hospital Evangélico de Londrina, no Paraná. Após mais de um mês de pós-operatório, Michele conta que o filho já consegue tocar bateria com mais habilidade, voltou ao curso pré-vestibular, pretendendo retornar às atividades de musculação nos próximos meses, com ótima recuperação.