Artº12 – Tráfico de entorpecentes
Para alguns pode até parecer exagero, mas para outros…”fim da linha”
Uma das maiores preocupações daqueles que lidam diariamente com segurança pública, são os crimes hediondos, mas também com o tráfico de drogas, que segundo especialistas do setor, podem desembocar em outros diversos crimes, inclusive homicídios. Entretanto, parece que muitos indivíduos não acreditam nisso, ao contrário: apostam cada vez mais na comercialização dos “produtos”, além de desafiarem os que os combatem. Na noite desta quinta-feira (26), por volta das 21h37, no bairro Osvaldo Rezende, zona central de Uberlândia-MG, militares atenderam uma ocorrência bem “movimentada” na Rua Indianópolis. O fato aconteceu depois de uma denúncia de comércio de entorpecentes. No local, funciona uma Distribuidora de Bebidas e, segundo o denunciante e conforme consta no Boletim de Ocorrência (BO), também havia comercialização de “Canabis Sativa” (maconha), Crack e pó (cocaína). Os policiais fizeram monitoramento do local, a uma distância de aproximadamente 100 metros, utilizando, além das técnicas policiais, um monóculo. Foram observadas atitudes comprometedoras e estranhas de várias pessoas que se aproximavam de um homem de camisa azul que lhes entregava algo de forma “mocada” (escondida). Em seguida estas “possíveis vítimas” colocavam o “produto” na boca, em partes ocultas de vestimentas. De acordo com a “vigia” dos policiais, no período entre 19h10 até o momento da abordagem, em torno de 20 pessoas, mantiveram contato com este suspeito e tiveram as mesmas ações já destacadas. Outro detalhe é que a maioria pessoas que foram até o homem estava em motocicletas, carros e bicicletas.
Ação e reação
Diante todo trabalho prévio, os militares constataram que a denúncia anônima tinha fundamento e a partir daí, o trabalho policial “fechou o cerco” e o “mercadinho delivery” recebeu a visita inesperada da PM. Já “no pulo do gato, uma viatura abordou dois homens em motocicleta. O garupa, vestindo uma camisa de frio cinza com capuz de cor branca, provavelmente tentando se safar, foi meio “lebre”, pegou “algo” com o “vendedor”, 36/38 anos, e imediatamente colocou na boca, montou na garupa da motocicleta e “pirulitou”, mais rápido do que nunca, no sentido à Avenida Engenheiro Azeli. Esta foi a “ponta do iceberg” porque o “suspeito mercante” que estava dentro do estabelecimento ao avistar a VP (viatura policiail) se aproximar, não mediu esforços nem tempo: lançou ao chão, do lado de dentro do comércio, protegido por grades, seis “pacotinhos” plásticos de cor preta, fechados com fita adesiva verde. Em um ato, provavelmente de esconder o que estava à vista, o referido cidadão não obedeceu a ordem dos militares e tentou fechar o portão/grade que impediria a entrada da PM. Não se dando por satisfeito, o rapaz usou o “poderoso gogó” para gritar ao “companheiro/comparsa”: trava o portão…e ambos tentaram barrar a ação legítima da polícia, empurrando o portão como muralha contra os agentes da Lei. Os dois indivíduos foram resistentes e mediram força com os militares, mas acabaram “perdendo” e os policiais conseguiram acesso ao comércio: situação tipificada como flagrante em ação delituosa. Após tudo isso, o “cheio de razão” ainda partiu para cima dos militares com chutes e socos, mas acabou algemado. O “coleguinha” também tentou seguir o “amiguinho” e não acatou as ordens legais, resistindo às buscas e a utilização das algemas (pulseiras de prata). Para isso, “cresceu mais do que pé mamão” e deu cotoveladas no policial, esperneou, quase deu piruetas, mas com controle físico e muita verbalização, ele foi algemado.
Resultados e contabilização
Com os suspeitos/autores já contidos (faltando apenas a maracugina), foram recolhidos todos os “pacotinhos plásticos”, antes descartados, e no interior um pó branco semelhante a cocaína, devidamente fracionados para a venda. Houve prioridade para que mais viaturas fossem para o local no intuito de verificar se havia mais entorpecentes que poderiam estar escondidos e que seriam comercializados. Durante a “varredura”, os policiais sentiram forte odor no local, um cheiro típico/ semelhante a maconha. Diante da suspeição, um dos autores foi indagado e apontando para a sala de estar do comércio, disse que tudo estaria ali. Sem hesitar, foram realizadas buscas em todo comércio e casa. Para a surpresa das equipes encontraram:
- Um copo de isopor, o qual estava atrás de um balcão a quantia de R$424,00 ( quatrocentos e vinte e quatro) reais em notas variadas.
- No caixa do estabelecimento a quantia de R$152,00 ( cento e cinquenta e dois) reais em notas variadas.
- Em cima de uma mureta entre a sala e a cozinha, maconha e balança de precisão (com resquício de droga).
- Na outra extremidade da mureta havia 57 pinos de plástico transparente, 46 porções de cocaína (adesivo verde), mais 14 porções de cocaína (adesivo vermelho) ambas as drogas também foram encontradas em um prato, aparentemente, em pleno consumo.
- Ao lado do prato tinham 70 pedras de crack, já fracionada para a venda e mais 03 pedras maiores.
- No rack perto da televisão, mais entorpecente foi encontrado. Um dos fatos que desperta a atenção: as fitas adesivas que foram usadas no embalo das porções tinham cores diferentes (verde, branca e vermelha), muitos resquícios de consumo em pratos e/ou locais diversos, tesouras, lâminas… O Disk Bebida parecia mais um “tem tudo e faz tudo” do que um verdadeiro estabelecimento comercial legalizado, que gera emprego digno. Aí fica uma dúvida e alerta: há quanto tempo “estas vítimas da sociedade” estavam lucrando com o “chamado comércio”? Será que os “clientes” estão gozando de boa saúde física e mental? Eles irão prestar contas à Justiça? Será? Enfim, diante de todo o exposto, autores foram presos, suspeitos/acusados pelos crimes de Tráfico Ilícito de Drogas, resistência e desobediência. Todo o material e dinheiro apreendidos e a ocorrência foram para a Delegacia de Polícia Civil.
Cássia Bomfim