Minas Gerais

Pesquisa da UFMG favorece transplante com células-tronco para evitar amputação em diabéticos

Equipe multiprofissional da Universidade realizou procedimento com células-tronco adultas retiradas da própria paciente, como mostra série da TV UFMG

Pesquisadores e profissionais vinculados à UFMG pela Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN) e Hospital das Clínicas (HC) realizaram o primeiro transplante com o uso de células-tronco adultas retiradas do tecido adiposo abdominal. O procedimento ocorreu no mês de junho, em caráter experimental, em uma paciente diabética que estava com possibilidade de ser amputada.

O estudo é desenvolvido pelos médicos Túlio Navarro e Alan Dardik, pela pesquisadora Lara Lellis Minchillo e pela bióloga Lucíola Barcelos. Elaborado por meio de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da UFMG, a Universidade de Yale e o Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, a pesquisa conta com a participação das equipes de cirurgia vascular e cirurgia plástica do Hospital Risoleta Tolentino Neves e do Hospital das Clínicas, além das equipes de enfermagem, fisioterapia, nutrição e clínica médica do HRTN e biologia do ICB.

Túlio Navarro, coordenador de cirurgia cardiovascular do Hospital Risoleta Neves, onde o procedimento foi realizado, explica que os pacientes dessa especialidade, em particular diabéticos, têm uma alta taxa de amputação. Segundo ele, provavelmente, foi a primeira vez em território brasileiro e uma das primeiras do mundo em que essa técnica foi aplicada. Houve todo um processo de estudo, de aperfeiçoamento para a separação de células-tronco e uma parceria entre unidades acadêmicas para desenvolver um método próprio da UFMG, barato e simples. Esse tratamento traz benefícios para a população, pois oferece uma possibilidade de não amputação a um custo baixo.

Estima-se que, no mundo, a cada 30 segundos uma pessoa é amputada em consequência do diabetes e das complicações dessa doença. O transplante de células-tronco é uma alternativa para evitar a remoção de membros. A técnica consiste no isolamento de um concentrado de células-tronco, a partir do tecido adiposo, administrado no membro comprometido. Essas células regenerativas têm como característica a capacidade de induzir a formação de novos vasos, o que proporciona maior aporte de sangue ao membro. Por fazer uso das células do próprio paciente, não há riscos de rejeição ou conflitos éticos nessa modalidade de tratamento.

Série sobre células-tronco

A série produzida pela TV UFMG conta com três vídeos sobre o tema. No primeiro vídeo, pesquisadores explicam o que são células-tronco e mostram um dos trabalhos de investigação realizado na Universidade. No segundo vídeo é detalhado sobre o transplante com células-tronco. O terceiro vídeo aborda as implicações éticas e jurídicas que ainda persistem no debate sobre o tema.

Fonte: Cedecom