Direitos: Pessoas com Deficiências e outros

Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência: Diversidade e inclusão na prática

Há 15 anos, um acidente de carro mudou a vida de um jovem. Aos 16 anos, Bruno de Paula Peres Braga descobriu que não iria mais andar. Os sonhos foram aos poucos desmoronando. Ele era atleta profissional de tênis de mesa e com a mudança estrutural e abrupta em sua vida, não foi fácil voltar ao esporte.

Hoje, aos 32 anos, formado em marketing, ele é analista sênior do Comitê de Diversidade e Inclusão do Grupo Sabin, departamento que ajudou a criar, quando foi contratado pela empresa, em 2018.

Cursando sua terceira pós-graduação, Bruno conta, com orgulho, como sua história de vida se conectou à trajetória da empresa, que é referência nacional em diversidade e inclusão. “Aqui não se contrata para cumprir cotas.

No Sabin encontrei um ambiente favorável para que eu possa exercer minha profissão, em pé de igualdade com os demais colaboradores, independente da minha condição física”, afirma.

Segundo Marly, o Sabin tem na sua essência a valorização das pessoas. “Para se ter um ambiente de trabalho inclusivo e harmônico, é fundamental acolher qualquer tipo de diferença, seja ela de gênero, raça, idade, como também de forma de pensar, de solucionar problemas e de tomada de decisão”, afirma.

A gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional, Ana Flávia Briceño, explica que no Sabin, o profissional com deficiência é tratado em igualdade de condições com os demais colaboradores quando se trata de oportunidade de crescimento, promoção, feedback ou aumento de salário, por exemplo. “O Bruno mesmo entrou aqui como assistente, e hoje é um analista. O que o Sabin olha é a qualificação profissional e as entregas que cada um pode oferecer. Quanto mais a gente dá as mesmas oportunidades, olhando de uma forma individual para as necessidades específicas do colaborador com deficiência, melhor será o seu desempenho e o seu engajamento”, afirma.

Segundo Ana Flávia, o segredo para a inclusão desses colaboradores é a adoção de políticas de valorização que os estimulem e os façam sentir-se parte dos resultados. “O profissional com deficiência, quando se sente valorizado, desafiado, ele sente que pode entregar da mesma forma que os demais colaboradores. Se você é gestor de RH e quer um profissional comprometido, com muita vontade de aprender, de dar o seu melhor para aquela atividade, não tenha dúvidas, pode contratar uma pessoa com deficiência, porque certamente ela dará o seu melhor”, garante Ana Flávia, que em 2018, entrevistou o colaborador Bruno Braga, no processo seletivo realizado à época.

A prática de políticas de inclusão, segundo Ana Flávia, traz benefícios até mesmo para os demais colaboradores da empresa, que, ao perceberem o esforço e a dedicação do profissional com deficiência, também se dedicam mais para apresentarem melhores resultados e contribuírem para um ambiente de inclusão e acolhimento. “Quando eu cheguei no Sabin de cadeira de rodas, fui a primeira pessoa a entrar na empresa nesta condição. Daí, imediatamente, isso gerou muita curiosidade entre os demais colegas. Eles queriam saber coisas básicas, como por exemplo, como eu usava o computador, como eu me locomovia até a empresa etc. Isso é muito positivo na equipe e na própria empresa. Me senti acolhido e inserido naquele contexto”, destaca Bruno Braga.

Embora não tenha enfrentado nenhum tipo de resistência ou discriminação no ambiente corporativo do Sabin, Bruno reconhece que um dos principais desafios para as pessoas com deficiência é a barreira do preconceito. “Acho que todo dia a gente sofre algum tipo de discriminação. Porque o preconceito não é só falado, ele está no olhar, na atitude das pessoas. Aqui na empresa eu nunca sofri, mas a partir do momento que eu saio deste ambiente, quando eu vou almoçar em um restaurante aqui do lado, eu já não tenho acessibilidade para entrar no estabelecimento, por exemplo. Isso é uma forma de segregação. Precisamos praticar ações afirmativas todos os dias, para que a gente possa mudar a mentalidade da sociedade com relação às pessoas com deficiência, para que possam realmente serem inseridas na sociedade”, ressalta.

Para Bruno, a barreira da acessibilidade é apenas um dos obstáculos enfrentados pelas pessoas com deficiência. No entanto, o jovem usa seu próprio exemplo para incentivar outras pessoas com deficiência a romperem seus próprios limites e buscarem oportunidades e novas perspectivas de vida.

“A gente não pode parar. Não é uma cadeira de rodas que vai me impedir de sair de casa, de trabalhar, de fazer um esporte, de fazer qualquer outra coisa. Não podemos aceitar a condição de ficar em casa, não podemos nos acomodar. Este é o meu conselho para pessoas como eu, que possuem algum tipo de deficiência. Diariamente, precisamos abrir a cabeça e enxergar um pouco mais lá fora, nos desafiar, tentar algo novo. Não vai ser fácil, mas eu tenho certeza que todos irão conseguir”, aconselha Bruno.

Unindo forças

Em 2018, o Sabin implantou o Comitê de Diversidade, composto pela alta liderança e líderes dos Grupos de Afinidade, uma Comissão Tática, que inclui profissionais de RH, integrado por colaboradores voluntários para cada dimensão. Juntos, eles promovem estratégias, políticas, projetos e ações de engajamento e acompanham indicadores e avanços para assegurar um ambiente corporativo diverso, inclusivo e de respeito às diferenças.

Além disso, a empresa desenvolveu o Guia Sabin de Diversidade e Inclusão, uma publicação voltada para colaboradores, fornecedores e prestadores de serviço com os objetivos de esclarecer conceitos, promover a reflexão, fortalecer a empatia e reforçar um ambiente aberto ao diálogo, acolhedor e livre de preconceitos.

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