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QUATRO NOVE SETE

Autor: José Airton de Oliveira

Sou da estrada do prata,

Rodovia que mata,

Passagem que maltrata,

Não existe respeito,

Não nos é de direito,

Sou morador da beira da rodovia,

Sem direito a via,

Minha única passagem,

Arriscada viagem,

Risco do dia a dia,

Eminência de morte todo dia,

Trafego na estrada sem acostamento,

Sou mais um que sofre o tormento,

Ali me arrisco,

Corro o meu risco,

Morro todos os dias,

Vítima da tensão das vias,

Já perdi o direito,

Diante do desrespeito,

Já que é esse o tratamento,

Político sem discernimento,

Que não olha pelo seu eleitor,

Mesmo tendo o povo como provedor,

Porque eu pago meu imposto,

O salário pelo seu posto,

Recebo então o descaso,

Não é nada por acaso,

Fica esse reflexão,

Para sua opinião,

Ali passa gente,

O político,

O decente,

Também o indigente,

O inteligente,

Com sua esperança,

Atravessa a pista a criança,

Que morre logo a frente,

Pela arma do motorista inconsequente,

Na estrada mesmo proibido rodam rodotrens,

Sempre deparamos com bitrens,

Os tanques supersônicos com combustíveis,

Verdadeiras bombas invisíveis,

Nas mãos de antiprofissionais imprudentes,

Verdadeiros delinquentes,

Dirigindo caminhões,

Verdadeiros canhões,

Que fugindo de buracos,

Fazendo dos carros pequenos cacos,

Invadem a pista contrária,

Numa discrepância temerária,

Sem medo de matar,

Pronto para assassinar,

Então sobra para o morador,

Com todo seu pavor,

A obrigação de trafegar,

Todo dia se arriscar,

Aqui na beira dessa passagem,

Deixo no meu poema a mensagem,

Que Deus nos acuda,

Precisamos de ajuda,

Opte pela duplicação,

Coloque fiscalização,

Falta ordem e progresso,

Ou não teremos mais o regresso,

De que trafega na estrada que maltrata,

Conhecida como rodovia da morte.

Imagem meramente ilustrativa