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Vesícula biliar: Sintomas, causas, tratamentos e diagnóstico

A cirurgia de retirada da vesícula biliar é uma das mais realizadas no Brasil, atrás, somente, da cesariana. Segundo dados do Ministério da Saúde, são feitos, em média, cerca de 200 mil procedimentos por ano. O avanço e difusão da cirurgia tornou possível a detecção precoce do câncer de vesícula.

O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Jefferson Alvim, explica que a vesícula biliar é o órgão responsável pelo armazenamento e concentração da bile produzida pelo fígado. ‘’Ela está localizada do lado direito do abdômen debaixo das costelas, aderida ao fígado e possui a forma de uma bexiga de festa, com capacidade de armazenar 50 ml de bile.’’, afirma.

O médico ressalta que a doença mais comum é o cálculo da vesícula biliar ou colelitíase. Ela acomete 20% da população, rara em crianças, é mais comum após os 40 anos, nos obesos e nas mulheres, principalmente, após gestações prévias. O especialista alerta que pacientes que foram submetidos à cirurgia bariátrica de by pass e portadores de anemia hemolítica também fazem parte do grupo de risco.

Em relação aos sintomas, o Dr. Jefferson relata que a dor típica é uma cólica abdominal no quadrante superior direito do abdômen ou no epigástrio, geralmente, precedida por alimentação gordurosa, podendo estar ou não acompanhada de náuseas ou vômitos. Ele ainda explica que outras patologias incluem os pólipos, as disfunções motoras e, menos frequente, o câncer da vesícula biliar.

O tratamento da colelitíase consiste na retirada da vesícula biliar por colecistectomia videolaparoscópica, uma cirurgia minimamente invasiva realizada sob anestesia geral.

O cirurgião ressalta que o procedimento é indicado nos pacientes sintomáticos, desde que não tenham nenhuma contraindicação para o procedimento e recomendado para aqueles que possuam cálculos maiores que 3 centímetros pelo risco de câncer e naqueles com microlitíase biliar, pois cálculos menores que 4mm podem migrar para o colédoco e dar pancreatite.

“Os pólipos maiores que 10 milímetros ou aqueles associados a cálculo também necessitam de intervenção cirúrgica. O câncer de vesícula biliar necessita de estadiamento, e quando possível, a cirurgia torna-se mais complexa e a via aberta é a mais indicada’’, afirma o médico.

O especialista explica que existe medicação para a dissolução dos cálculos, mas a resolução é baixa e recidiva é alta. A cirurgia não é simples e exige habilidade, destreza e paciência do cirurgião, e quando realizada por profissional capacitado, ela é segura.

A recuperação é relativamente rápida e a maioria retorna às suas atividades de trabalho em 7 a 15 dias, e a prática esportiva de 15 a 30 dias. A melhora dos sintomas ocorre em 95% dos casos. Uma minoria persiste com sintomas dispépticos de má digestão que não estão relacionados com doença na vesícula biliar. Alguns apresentam diarréia após a alimentação, principalmente gordurosa, mas quase todos melhoram após 6 meses. Caso os sintomas persistam é necessário procurar o médico para melhor tratamento.

“Oriento uma dieta mais saudável, fracionada e com baixo teor de gorduras saturadas. O paciente deve atentar para modificações individuais na aceitação e tolerância de certos tipos de alimentos, além de alterações no hábito intestinal”, finaliza Dr. Jefferson.

Fonte: Kompleta Comunicação