Enfermidade hereditária e crônica é diagnostica pelo teste do pezinho, oferecido nas unidades de saúde da rede pública
O Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes é celebrado neste sábado (27) para dar visibilidade ao tema e reforçar a importância do diagnóstico precoce, uma vez que a enfermidade não tem cura, mas pode ser devidamente controlada. Em Uberlândia, a atenção e o cuidado com a comunidade é permanente. Desde 2007, a cidade conta com uma Rede de Atenção Integral aos portadores da patologia, uma iniciativa do prefeito Odelmo Leão para minimizar as complicações da falciforme e garantir qualidade de vida com acompanhamento médico.
Atualmente, mais de 300 pacientes com Doença Falciforme estão sendo acompanhados pelo Município e recebem atendimento, além de cuidados e orientações. A cada 1.400 pessoas nascidas em Minas Gerais, pelo menos uma apresenta a doença falciforme, de acordo com os dados do Ministério da Saúde.
Qualidade de vida
Para a coordenadora da Rede de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, Mara Ramos de Oliveira, a conscientização e envolvimento da população são fundamentais para o controle da enfermidade em Uberlândia e, consequentemente, para melhoria na qualidade de vida dos pacientes. “Estamos falando de uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil. A partir do teste do pezinho (clique aqui para saber mais), por exemplo, já podemos detectar se há a falciforme e já começamos a fazer o tratamento desde a infância. A medicação é extremamente importante e estudos mostram que a expectativa de vida dos pacientes que recebem o tratamento aumentou 15 anos”, afirmou.
Desde a infância
Atualmente, mais de 20 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs) e dezenas de unidades de referência realizam o teste do pezinho gratuitamente, como as UAIs dos bairros Luizote, Martins, Morumbi, Pampulha, Planalto, Roosevelt e Tibery. Trata-se de um procedimento simples, realizado do terceiro ao quinto dia de vida e oferecido gratuitamente pela rede municipal para monitorar a saúde dos recém-nascidos.
Para se ter ideia da dimensão e importância da ação, dos 9.633 nascidos vivos residentes em Uberlândia em 2017, 6.242 receberam testes do pezinho pela rede pública de Saúde.
E se a doença for diagnosticada?
Se identificadas alterações é iniciado o acompanhamento ambulatorial junto às famílias. Um trabalho que faz diferença por permitir o diagnóstico precoce de enfermidades (infecciosas, metabólicas, genéticas e/ou congênitas) para oferecer tratamento a tempo, antes que possam afetar o desenvolvimento do bebê. “Com o resultado em mãos, nossa equipe faz a visita aos pais para informar e acolher, dando todas as orientações necessárias. Nesse primeiro contato, já realizamos a primeira marcação da consulta”, explicou.
E paralelo ao trabalho realizado pela equipe da Rede de Atenção Integral, os pacientes assistidos na rede pública contam com uma referência ambulatorial para o tratamento, feita pelo Hemocentro Regional de Uberlândia/Fundação Hemominas.
O que é a falciforme?
Devido à alteração genética, a pessoa com doença falciforme produz um tipo alterado de hemoglobina, que prejudica o transporte de oxigênio para todo o corpo. Essa hemácia alterada tem o formato de meia lua ou foice – daí o nome falciforme. Ela tende a se ligar aos vasos sanguíneos e também a outras hemácias e ser destruída mais facilmente, o que ocasiona anemia e dificulta a circulação no sangue. É comum que ocorra entupimento dos vasos sanguíneos, o que leva a dores e a outras alterações em praticamente todos os órgãos do corpo.
A Rede de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme funciona no Anexo I da Secretaria Municipal de Saúde, que fica na Avenida João Naves de Ávila, 2.202. Para mais informações: (34) 3256-5416
Fonte: SECOM-PMU