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Dia Mundial de Combate ao Câncer: chances de cura chegam a 90% quando a doença é diagnosticada no início

Tipos de câncer mais comuns na população podem ser detectados no início por meio de exames de rastreamento

O dia 8 de abril marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer, uma data para promover a conscientização e fortalecer o debate sobre os principais meios para combater a doença, e uma das principais maneiras de vencer o câncer é descobri-lo nos estágios iniciais. As chances de cura são maiores quando há o diagnóstico precoce e podem superar os 90%, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O índice é alto e válido para os tipos de câncer mais comuns na população brasileira, como o de próstata, mama e de intestino.

São estimados 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, sendo que as regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência da doença. Ainda de acordo com o INCA, os tumores prevalentes na população masculina são o câncer de próstata, independente da região, com estimativa de 72 mil novos casos a cada ano, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Já os tipos de câncer subsequentes no ranking variam de acordo com a região, como comenta o oncologista do Grupo Oncoclínicas, Glauco Silveira. “Quando observadas as regiões com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no país, os tumores no cólon e reto ficam na segunda ou terceira posição, e nas com menor IDH, o câncer de estômago é o que sucede o câncer de próstata no segundo ou terceiro lugar”, esclarece.

O especialista também explica o cenário na população feminina. “Já entre as mulheres, o câncer de mama é o mais comum, também atrás apenas do câncer de pele não melanoma, com a previsão de 74 mil novos casos ao ano. Analisando as regiões com maior IDH, em seguida vem o câncer colorretal (intestino), enquanto nas que são menos desenvolvidas, o câncer de colo de útero é que ocupa a posição seguinte”, reforça Glauco.

Os números da incidência do câncer já são alarmantes, têm aumentado nos últimos anos e a tendência de crescimento permanece para o futuro. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla do inglês), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que nas últimas duas décadas o número de novos casos de câncer no mundo quase dobrou, aumentando dos 10 milhões estimados em 2000 para 19,3 milhões em 2020. Além disso, de acordo com o relatório Globocan 2020 divulgado também pela entidade, para os próximos anos o aumento de casos permanecerá, chegando a ter um crescimento de quase 50% em relação aos índices atuais. Ainda tratando de números, sobre a mortalidade pela doença, cerca de 10 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência de complicações causadas pelo câncer, dado também da agência de pesquisa sobre câncer da OMS.

Para mudar este cenário é fundamental ampliar a conscientização em relação ao câncer e desenvolver estratégias práticas para lidar com a doença. Dois caminhos de muita importância na luta contra o câncer e que podem ser soluções para reduzir estes índices, são a prevenção para buscar reduzir o número de casos e o diagnóstico precoce para ampliar as chances de cura e minimizar os índices de mortes pela doença, como destaca o oncologista. “Uma maneira para buscarmos a redução das estatísticas de casos de câncer é ampliar a conscientização sobre a importância dos hábitos saudáveis na rotina. Ao menos 30% de todos os casos de câncer podem ser evitados com mudanças no estilo de vida. Alimentação saudável, prática de atividades físicas e redução no consumo de processados e bebidas alcoólicas são estratégias para prevenir pelo menos 12 tipos de câncer, e uma grande parte da sociedade não sabe disso. Uma recente pesquisa da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) apontou que mais de 70% dos brasileiros não reconhecem que a atividade física é fator de proteção contra a doença”, comenta o especialista.

O oncologista também esclarece sobre os desafios enfrentados quando se fala em outra importante medida de combate ao câncer: o diagnóstico precoce, que pode amenizar os números de morte. “Para alcançar maiores índices na descoberta da doença no início, a barreira que deve ser superada é a resistência da população em realizar os exames de rastreamento que podem detectar o câncer nos estágios iniciais”, comenta Glauco.

Entre os exames mais comuns para o rastreamento do câncer estão os que visam identificar alterações no corpo que podem indicar o surgimento dos tumores mais incidentes na população brasileira. “Quando se trata de exames para detecção precoce do câncer temos a mamografia para o diagnóstico do câncer de mama, que deve ser uma rotina anual para mulheres entre 50 e 69 anos. No caso do câncer mais frequente na população masculina, o de próstata, a indicação para o exame de rastreio é que seja realizado periodicamente a partir dos 45 anos. E para o colorretal, o exame recomendado é a colonoscopia, que deve ser feita periodicamente a partir dos 50 anos”, finaliza o oncologista.

Fonte: Redação GA Comunicação