A tireoide pode não ser o primeiro órgão humano a vir à mente, mas é essencial para o funcionamento de muitos outros, incluindo o coração e o cérebro. Essa glândula, cujo formato lembra o de uma borboleta, está localizada na parte superior do pescoço e é responsável pela produção e regulação de três hormônios que atuam no metabolismo (funcionamento do corpo): T3 (triiodotironina), T4 (tiroxina) e calcitonina.
Tamanha é a importância do órgão que, desde 2007, os países celebram o Dia Internacional da Tireoide, em 25 de maio, com o objetivo de conscientizar a população a respeito dos ‘distúrbios da glândula’, quando há alteração na produção dos hormônios, gerando consequências para todo o corpo.
“Os distúrbios na tireoide influenciam no bem-estar e têm impactos diretos na qualidade de vida dos pacientes. Por isso, é preciso observar atentamente a produção dos hormônios”, explica o endocrinologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Wilson Cunha Jr.
As duas condições mais comuns são o hipotireoidismo (produção de hormônios em baixa) e o hipertireoidismo (produção excessiva). De acordo com o médico, enquanto a primeira causa lentidão no funcionamento do organismo, gerando, dentre outros sintomas, cansaço e perda de memória, a segunda pode ocasionar tremores, taquicardia e perda de peso.
Outro distúrbio é o chamado ‘bócio’, quando há aumento no volume da glândula. O inchaço costuma ser palpável e visível, e está associado ao hipo e hipertireoidismo, mas também pode ocorrer na gravidez ou por falta de iodo. Por fim, há, ainda, possibilidade de surgirem nódulos na tireoide. Conforme o Ministério da Saúde, são benignos em 95% dos casos, mas 5% podem estar associados ao câncer de tireoide, o que reforça a necessidade de acompanhamentos e cuidados.
*Diagnóstico*
Uma das maneiras de fazer o reconhecimento inicial de mudanças na tireoide é apalpar a glândula na região do pescoço. No entanto, como alerta a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), nem sempre as alterações podem gerar inchaço. Por isso, é importante procurar um médico, que pode avaliar a necessidade de exames laboratoriais.
Apenas uma amostra de sangue permite verificar os níveis dos hormônios T3, T4 livre, TSH [hormônio tireoestimulante], e também analisar a presença de anticorpos. Além disso, exames de imagem, como ultrassom ou cintilografia, podem indicar se há presença de nódulos na glândula.
A amostra de sangue é utilizada, por exemplo, no exame de dosagem do hormônio TSH, explica a biomédica e assessora científica do Sabin, Gabriele Mesquita. “Temos também os exames de Antiperoxidase (TPO), Anticorpos Anti Tireoglobulina (Anti-Tg) e Anti Receptores de TSH (TRAb). Todos são utilizados para detectar doenças tireoidianas autoimunes (DTA), como a doença de Graves e a tireoidite de Hashimoto. Essas enfermidades são a causa mais comum do hiper e do hipotireoidismo”, comenta Gabriele Mesquita.
Outros exames de método similar são o de dosagem dos hormônios T4 livre e T3 total ou livre. O primeiro auxilia no diagnóstico e acompanhamento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo. Já o segundo tem o mesmo objetivo, porém, apenas com o hipertireoidismo.
Um dos pontos positivos dos testes é que além de não serem invasivos, não necessitam de qualquer preparo específico, como o jejum. “Os resultados variam a depender do exame, podendo ser entre dois e quatro dias úteis”, informa a biomédica.
Assessoria de imprensa