A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que é importante evitar que crianças com menos de dois anos de idade tenham contato com telas (celulares, computadores, tablets, televisão, etc). Na era da tecnologia e informação, parece complicado manter os pequenos longe das telas, mas é uma medida necessária.
O uso de eletroeletrônicos nessa faixa etária pode desencadear problemas, como: causar sedentarismo, prejudicar o sono, afetar o desenvolvimento motor da criança e, ainda, contribuir com a obesidade infantil. Para esclarecer as dúvidas sobre o assunto entrevistamos o neuropediatra Dr. Eduardo C. Da Silva.
Pergunta: Por que o contato com telas pode prejudicar o desenvolvimento de crianças com menos de dois anos?
Dr. Eduardo: Os dois primeiros anos de vida são a fase em que ocorre o maior desenvolvimento cerebral da criança, como, por exemplo, a capacidade de reflexão, empatia, relacionamento interpessoal, coordenação motora, entre outras habilidades. Com o uso de telas, a criança deixa de buscar o contato com as outras pessoas e com os objetos, se tornando “passiva” frente ao meio, não sendo estimulada e desafiada a resolver problemas, prejudicando, assim, seu desenvolvimento neuropsicomotor.
Pergunta: Em quais horários o contato com celulares, computadores, tablets, televisão, etc. deve ser ainda mais restrito?
Dr. Eduardo: O momento de adormecer é ainda mais crítico, quando se diz respeito às telas, pois a luz emitida por elas pode bloquear a produção de melatonina, hormônio fundamental para a qualidade do sono.
Pergunta: Quais atividades podem substituir os eletroeletrônicos nessa faixa etária?
E como essas contribuem para o desenvolvimento da criança?
Dr. Eduardo: As crianças devem brincar, para serem estimuladas a explorar ambientes, aprenderem a lidar com sentimentos como a perda, por exemplo, aguçarem a curiosidade, melhorarem a comunicação, entre outros benefícios. Pais e cuidadores devem sentar-se no chão, propor brincadeiras de acordo com a idade da criança e apresentar desafios, como afastar um brinquedo para que a criança procure. As refeições devem ser feitas à mesa mantendo um diálogo entre a família, mesmo que pareça que a criança não entenda. Antes de dormir, o ideal é que os pais e/ou responsáveis leiam histórias ou cantem para a criança. Assim, com o mínimo de utilização de eletrônicos a interação com o outro será natural e mais saudável.
Fonte: Kompleta Comunicação